Ervas nos sabonetes. Colocar ou não?

.

A primeira pergunta a fazer é: Por qual motivo queremos a erva no sabonete, para enfeitar ou para compor um efeito fitoterápico? 

Caso seja propiciar um efeito fitoterápico, saiba que ervas na parte superior do sabonete sairão na primeira esfregada e não vão produzir praticamente nenhum efeito desejado.

Outra opção seria colocar as ervas na massa do sabonete, de tal maneira que elas ficassem incorporadas a ele.

Neste caso temos que considerar alguns pontos, tais como:

  • A erva soltará seus ativos no sabonete de tal maneira que eles produzam algum efeito na pele? 
  • Haverá solvente suficiente e em condições adequadas para que ocorra a maceração da erva e a respectiva extração dos ativos?
  • O aspecto visual da erva, depois de um tempo, no meio do sabonete será interessante? Pois, raras são as ervas, como a calêndula, que não “mancham” a massa do sabonete, algumas ficando inclusive com aspecto de embolorado, ou no caso da alfazema com aparência de “cocô de rato”.

Uma coisa é certa, se quisermos aproveitar os efeitos “fitoterápicos” propiciados por uma erva, o mais adequado é que usemos o seu extrato, tintura, oleato, chá, etc., pois nestes casos temos solventes e condições mais adequadas de solubilizar (extrair) as propriedades da erva em um meio liquido.

Importante destacar que colher a erva fresca, triturar, e colocar no meio da massa do sabonete (para não termos pedaços grandes) é quase certo que ela irá embolorar por conta da sua umidade (água existente na planta), bem como também não é aconselhado a elaboração de extratos e oleatos com ervas não desidratadas, pelo mesmo motivo, ou seja, meio propício à formação de bolor.

Quer preparar um extrato ou oleato? OK, utilize apenas ervas muito bem desidratadas.

A outra situação seria utilizarmos as ervas apenas como enfeite e neste caso, temos também que tomar algumas precauções. A citação a seguir se refere ao uso da flor de camomila e é um texto retirado da apostila do curso: Formulação, preparação e design de sabonetes glicerinados – de autoria de Nilbo Nogueira.

.

Tome muito cuidado em separar a camomila, retirando todos os cabos, pois eles podem arranhar e até machucar a pele, pois são duros. Este alerta serve para qualquer outro sabonete que queira utilizar ervas, tome sempre muito cuidado com o cabo, o tipo de folha ou flor. 

Muitas vezes achamos que por ser uma erva, que por estar seca e quebradiça não terá problemas em ser colocada no sabonete, mas uma simples folhinha de alecrim pode fazer um estrago na pele. 

Nem tudo pode ou deve ser utilizado para enfeitar, pois as funções já estão nos extratos. Já vi pessoas colocando cravos dentro do sabonete e quando questionei se não machucava, ela respondeu que era para fazer esfoliação, quando na realidade este deve ser um sabonete que faz “esfolação” na pele.

As fotos a seguir demonstram o cuidado em separar cabos e flores, no caso da camomila.

..

Então, ervas, flores, raízes podem ser excelentes aliados na formulação dos sabonetes, desde que tenhamos bom senso em seu uso e não tentemos fugir do clássico e o comprovado, que é o uso dos aditivos extraídos da planta, os quais se encontram nas formas de extratos (preferencialmente glicerinado), tinturas,  oleatos ou outras técnicas de extração.

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

Conheça os cursos do Prof. Nilbo Nogueira. Clique aqui.

  • Formulação, preparação e design de sabonetes glicerinados;
  • Técnica de Swirl em sabonetes glicerinados;
  • Formulação e preparação de bases glicerinadas.

Por fim, assista ao vídeo para conhecer mais dos cursos, seus materiais, videoaulas e dinâmicas.

Assim, conheça também o canal no Youtube: Minutos de saboaria do Prof. Nilbo Nogueira

.

Compartilhe e espalhe boas informações