Por qual motivo insistir em colocar ervas no sabonete?

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Notem a quantidade de pessoas que reclamam nos grupos de saboaria, que colocaram ervas em seus sabonetes e eles ficaram manchados, parecendo mofado, mudaram a coloração etc.

Vamos entender o que pode acontecer quando vc coloca erva em seu sabonete:

1 – Se a erva não tiver super mega desidratada, ou seja, contiver umidade (água) ela pode sim embolorar, criar mofo, bactérias etc. Percebam que quem embolora não é o sabonete e sim a erva!!

2 – O sabonete possui glicerina que é um agente extrator, portanto ela tentará extrair da erva alguns aditivos e por este motivo ficam as manchas (extraídas) ao redor da erva. Em alguns casos, como alfazema, a aparência fica igual cocô de rato….muito feio e estranho passar aquilo no corpo, para quem não sabe o que é.

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Além de manchar, criar mofo, etc. qual outro prejuízo pode acontecer?

Particularmente acho que o pior prejuízo e machucar, arranhar e até cortar a pele das pessoas com a erva seca e afiada.

Exemplos típicos de vegetais que podem ferir a pele de uma criança ou de um idoso (peles mais sensíveis) são o alecrim cuja ponta seca e dura forma uma navalha, bem como cabo seco de camomila e calêndula, ponta da semente de maracujá que é usada para simular a fruta ou a semente de melancia, bem como qualquer outra erva seca e dura.

Pior do que estas ervas mencionadas acima, que foram colocadas por pessoas que provavelmente não experimentam seus sabonetes, pois se assim o fizesse perceberiam que elas arranham a pele, são as ideias escabrosas de colocar cravo e anis estrelado para chamar de esfoliante, quando na realidade isso será “esfolante” da pele. Em breve, seguindo esta linha, teremos sabonete com arame farpado, com caco de telha, pedregulho……com a bela função de esfoliar e ativar a pele.

Isso tudo por conta da “modinha” do natural, pois se coloco umas ervas aparentes no sabonete, passo a impressão de que ele será natural, mas esquece que ele possui EDTA, Propilenoglicol, essência, lauril etc. que nem de longe será classificado como sabonete natural.

Quer dar função ao sabonete? use o EXTRATO da erva, ele sim poderá dar alguma função ao seu sabonete, não vai manchar, mofar, arranhar, rasgar a pele etc.

Sente uma coceira e um comichão que te mata de vontade de usar ervas para enfeitar seu sabonete?

Ok, coloque as pétalas superficialmente, sem enterrar no sabonete, e embale com celofane transparente. Saiba que ainda estará correndo o risco de esta erva embolorar, mas pelo menos ela está superficial, não aderida ao sabonete e quando ele for retirado do celofane ela cairá toda no chão do box (sua cliente vai adorar a sujeira rs).

Antes de tudo, tenha consciência de que seu sabonete será usado na pele de outras pessoas, embora ache que deveria ser usado primeiro na sua, e que esta pessoa além de merecer consideração, poderá te denunciar, caso se machuque com seu sabonete ou tenha uma ferida contaminada com as bactérias ou mofo das ervas que você usou para enfeitar

Pense antes de colocar a próxima erva em seu sabonete.

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Prof. Nilbo Nogueira

O Shampoo sólido faz bastante espuma?

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A resposta é sim, ele faz bastante espuma, porém uma espuma mais concentrada e de bolhas pequenas.

Pra quem está acostumado com shampoo líquido que contém lauril (as vezes em excesso) pode estranhar o tipo de espuma, pois esta é mais volumosa e de bolhas maiores.

Mas eu posso colocar lauril no meu shampoo sólido para ele fazer mais espuma? Poder você pode, mas não deve pois, as propostas são totalmente diferentes.

O shampoo líquido industrial faz muita espuma para passar a sensação de que ele limpa mais, mas sabemos que não é a espuma em si que limpa e nem menos trata os cabelos. Na realidade existe ali o lauril (as vezes em excesso) que pode inclusive ressecar os cabelos ao invés de tratar, ou retirar a oleosidade natural e necessária, com seu efeito detergente.

Quando você elabora um shampoo sólido, a proposta é trabalhar com o máximo possível de insumos naturais (ou certificados) e usar um ou mais surfactantes originado de insumos naturais, muito mais suaves e menos agressivos do que o lauril usual (27%) que conhecemos e que é usado nos sabonetes glicerinados.

No shampoo sólido temos a preocupação de não apenas limpar os cabelos, mas sim também tratá-los, e por este motivo o uso de surfactantes suaves e matéria prima natural (óleos, manteigas, vitaminas, etc.). Assim, ele não precisa fazer uma espuma que afogue o seu cliente no box, mas sim uma espuma necessária para limpar e deixar os outros reagentes agir para tratar os cabelos.

São propostas diferentes, pois em um shampoo liquido industrial cerca de 80% é água e em um shampoo sólido 100% são componentes do shampoo, não compramos água, pois ela já existe no chuveiro.

No shampoo industrial a preocupação da fórmula é cheirar e fazer espuma para passar a impressão de que ele lava mais e perfuma mais, mesmo que não trate os fios dos cabelos, mesmo que use embalagem plástica que será descartada e irá poluir o mar e outros ambientes, que use o lauril cuja espuma pode afetar o inicio da cadeia alimentar dos peixes e ressecar o couro cabeludo (quando em excesso).

Então para finalizar a resposta: Posso usar lauril no shampoo sólido? A resposta é sim, pode, mas não deve, pois irá contra a proposta da formulação do shampoo sólido, irá contra a proposta de usar o máximo de insumos naturais e menos agressivos, de não apenas limpar, mas também cuidar dos cabelos.

Usuários de shampoo sólidos precisam aprender e acostumar com uma nova proposta e entender que eles fazem espuma na medida certa para a limpeza, sem exageros e sem excessos desnecessários na espumação, mas no equilíbrio certo para cuidar do cabelo e do meio ambiente.

Prof. Nilbo Nogueira

O que são syndets?

Syndet (do inglês detergente sintético), porém não se preocupe com o termo detergente, fazendo associações equivocadas com aqueles que usamos para lavar louça, pois neste caso estamos nos referindo aos tensoativos ou surfactantes que agem como um detergentes no processo de limpeza.

Quanto ao “sintético” significa que ele não é natural como por exemplo um sabão (que também pode ser considerado um surfactante e ser natural), mas pode ter vindo de compostos naturais (coco, milho, etc.) sendo sintetizado em laboratório.

Entenda que ser sintético ou ser sintetizado não são sinônimos de coisas ruins, pois nem tudo precisa ser absolutamente natural. Vale aqui lembrar que urânio é natural e nem por isso é bom na pele.

Enfim, um syndet é um sabonete sintético, formado por surfactantes suaves (normalmente de carga negativa = aniônico, ou sem carga = não iônico), que pode ser aliado a várias outras substâncias, dentre elas hidratantes, manteigas, óleos, vitaminas, etc. e com a grande vantagem de resultar em um composto de pH entre 5 e 6.

Caso precisemos de um syndet de pH inferior (é o caso dos sabonetes íntimos) é possível alterar (abaixar) o pH, o que não podemos fazer com um sabão saponificado, conforme já explicado anteriormente.

Conhecer os syndets é ir além dos saponificados e sair da caixa para pensar em outras possibilidades e produtos.

Então, que tal pensar fora da caixa?

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Conheça os cursos do Prof. Nilbo

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Curso 01: Formulação, preparação e design de sabonetes glicerinados. (Curso básico)

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Curso 02: Técnicas de Swirl para sabonetes glicerinados. (Curso intermediário)

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Curso 03: Formulação e preparação de bases glicerinadas. (Curso avançado)

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Curso 04: Shampoo e condicionadores sólidos (syndets)

Produtos naturais e sem química.

Natural e sem química não significam a mesma coisa.

Vamos começar falando dos Naturais, que são produtos que utilizam o mínimo de 95% de substâncias naturais (não processadas, sintetizadas, etc.)  mas que são compostos de substancias químicas.

Como assim??? Ela não é natural, então não pode ser química!!!!

Vamos aos exemplos:

Água (H2O) é natural e é uma substancia química formada por 2 de átomos hidrogênios e um de oxigênio;

Alface é natural e é composta de Ferro, cálcio, magnésio, sódio, frutose, monossacarídios, riboflavina, tiamina (C12H17N40S), niacina (C6H5NO2), ácido pantotênico, etc.

Então, tudo que está ao nosso redor é formado por química (elementos e/ou substâncias químicas).  

Sendo que algumas são naturais (vieram da natureza) e outras foram processadas, sintetizadas ou sofreram algum tipo de interferência química.

Resumindo: Não existe produtos cosméticos/sabonete SEM QUIMICA.

Seu produto pode ser isento de parabenos, de sulfatos, de petrolados, conservantes e demais reagentes considerados ruins, mas nunca será isento de química e de substâncias consideradas boas (ou não tão ruins) e até as naturais.

Embora não exista no Brasil uma regulamentação sobre cosméticos naturais, as certificadoras consideram naturais os produtos (cosméticos/sabonetes) que possuam no mínimo 95% de naturais e até 5% não naturais DESDE QUE CERTIFICADOS.

Então temos uma margem de 5%, embora este não possa ser qualquer substância, mas sim apenas as CERTIFICADAS.

A mais polemica é a essência sintética (ou fragrância sintética) que não é certificada, ou seja, produtos com 5% (ou mais ou menos) de essências NÃO SÃO NATURAIS, embora muitas pessoas afirmem equivocadamente que se for até 5% de essência sintética é considerado natural.

Quem afirmar isso peça para que leia o Manual de Certificações do IBD e especificamente o item 2.5 o qual afirma:

2.5 Matérias-primas proibidas.  Ocorre quando os ingredientes são obtidos a partir de insumos não naturais ou a partir de reações não permitidas a partir de uma substância natural, desqualificando seu uso em produtos cosméticos orgânicos ou naturais. São exemplos de matérias-primas proibidas: corantes sintéticos, fragrâncias sintéticas, polietilenoglicóis (PEGs), quaternários de amônio, silicones, conservantes sintéticos, dietanolamidas, derivados de petróleo etc.

Na dúvida consulte as diretrizes para certificação de produtos de saúde e beleza da IBD, ou da ECOCERT e COSMOS.

Os alertas aqui ficam então para algumas afirmações sobre Produtos Naturais e Produtos sem Química.

– Seu produto pode ser natural, mas nunca será sem química.

– Seu produto poderá ser não natural e também terá química.

– Seu produto pode ser não natural e nem por isso será obrigatoriamente ruim.        

– Seu produto pode ser muito mais natural (sem ser 100% natural) do que os industrializados.

– Seu produto não possui parabenos, sulfatos, petrolados, porém se você usar Lauril saiba que ele é o  éter SULFATO de sódio, ou seja, ele contém sulfato.

Então, temos que ter cuidado com as afirmações que fazemos, ter certeza do que vamos afirmar, pois por mais legal e bacana que possa ser a comadre, as vezes ela não entende de química e aquilo que ela afirmou, no grupo do Facebook, não está correto. O ideal é checar antes o que a comadre falou para não sair espalhando conceitos equivocados.

Da mesma forma, temos que ter cuidado com a afirmação de que tudo que é natural é bom e tudo que não é natural (químico) é ruim, pois:

– Urânio é natural e pode gerar estragos e mortes;

– A planta “comigo ninguém pode” é natural, mas ninguém arrisca fazer e comer uma salada dela;

–  Água é uma substância química e é essencial para vida;

– Remédios são compostos químicos, mas salvam vidas.

Enfim, bom senso é tudo na vida.

Leia, estude, se informe e aprenda antes de sair afirmando o que não tem certeza ou aquilo que ouviu falar em grupos de WhatsApp e nas redes sociais.

Não confie sem antes checar a fonte e a veracidade da informação.

Seja responsável, pois você elabora produtos para a pele humana.

Sucesso!!

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

Manual de certificação IBD:

https://www.ibd.com.br/wp-content/uploads/2019/10/8_1_2_C_Diretrizes_IBD_Cosmeticos_17102019_V.pdf

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Assim, conheça também o canal no Youtube: Minutos de saboaria do Prof. Nilbo Nogueira

Quanto mais aditivos/ativos melhor!?!?

Vivemos a crença do “Quanto mais aditivos ou ativos no sabonete, melhor ele fica!!”.

Influenciados pelos vídeos do Youtube, pelas “receitas” (quem tem receita é bolo, sabonete tem fórmula) disponíveis na Internet, pelas opiniões de usuários de grupos de saboaria, etc. cada vez mais vemos, algumas pessoas que estão iniciando na saboaria, acreditando piamente que a qualidade do sabonete está diretamente relacionada com o excesso descabido de aditivos.

Quanto mais aditivos colocar melhor, mesmo que depois seu sabonete fique mole, borrachudo e que gaste inteiro em meio banho.

Se posso colocar 100 gramas de Lauril e conseguir a mesma espuma que conseguiria um 50 gramas, prefiro colocar 100 gramas para gastar o dobro (de lauril e de custos) mesmo que isso possa ressecar a pele do meu cliente, provocar alergia e matar mais plânctons nos rios. Ah!! 100 gramas é mais legal que 50 gramas…….oi!?!

Se posso colocar bastante óleos e manteigas a ponto de deixar meu sabonete engordurado e não cumprir seu papel principal que é limpar, além de cortar a espumação (sim, óleos e gorduras cortam a espumação) por que colocar pouca gordura?

Mesmo sabendo que a espuma vai diminuir, não tem problema, pois é só colocar mais Lauril que recupera a espuma. Neste caso podemos usar 150 gramas de Lauril então……que tal?

Coloco óleo para umectar a pele e formar uma película protetora que ajudará a pele permanecer hidratada e junto coloco mais lauril (ele é um detergente) que pode arrancar a oleosidade natural da pele e mais este outro óleo que coloquei para “hidratar”. Qual é a lógica disto?

Agora chegou a hora da essência, hummmmm quanto mais cheiroso o sabonete melhor é, pois sabonete bom são os cheirosos. Que tal passar de 50 gramas de essência para 100 gramas ou quem sabe um blend (mistura) de 3 essências totalizando 150 gramas?

Podemos notar frases e pensamentos como este a seguir:

“Sinto o cheiro da essência no banho, mas depois que saio do banho o cheiro não fica no meu corpo e sou obrigado a usar um perfume. Por este motivo gosto de usar bastante essência, até 3 vezes mais que as “receitas” da Internet para tentar deixar o cheiro no corpo até o final do dia. Por este motivo coloco mais essência mesmo sentindo que ela me provoca coceiras.”

Mais uma crença e falta de conhecimento e estudo sobre a saboaria, pois sabonete não é perfume e seu cheiro não vai ficar na pele o dia inteiro, para isto inventaram os perfumes que cumprem este papel.

Por sinal, quando lerem “SABOARIA NATURAL” e indicarem uso de essência, saibam que essência não é natural e este sabão ou saboaria não será natural!!

E agora chegou a vez dos extratos glicerinados, talvez um dos aditivos mais importantes de um sabonete funcional, mas que é deixado de lado, tipo: “Coloca ai um pouquinho de extrato, qualquer um que tiver em casa”.

Talvez os extratos fitoglicerinados possam ajudar na funcionalidade do seu sabonete, e SEM EXAGEROS deve sim ser utilizado e escolhido a dedo, de acordo com a função e objetivo que pretende dar ao seu sabonete.

E, para finalizar, não escolha a sua base glicerinada de acordo com a marca que aceita mais aditivos, pois como tentei demonstrar aqui, não é a quantidade que dará a qualidade ao seu sabonete.

Use uma marca de base que você se adeque melhor, que seja mais fácil de trabalhar e não aquela que aceita os absurdos e desnecessários excessos de aditivos, que não vão melhorar seu sabonete, mas no máximo deixa-los mais moles, mais caros e que gastam mais rapidamente.

Sucesso!!

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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sabonete de glicerina

Retração do sabonete de glicerina – o que é isto?

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Meu sabonete de glicerina “murchou” o que aconteceu? O que fiz de errado?

Calma! 

De antemão, entenda que você não fez nada de errado para seu sabonete de glicerina “murchar”.

Na realidade este fenômeno é chamado de retração, e ocorre em todos os sabonetes artesanais, mas principalmente, e em maior quantidade, nos sabonetes glicerinados.

Porém, especificamente no sabonete de glicerina existe na composição a água e o álcool, dentre outras substâncias. 

Contudo, com o passar do tempo, o sabonete de glicerina vai perdendo (evaporando) principalmente a água e o álcool e ele retrai. A essência também é evaporada com o tempo, mas não tão rápida como o álcool, por exemplo.

Ou seja, ele “murcha” por conta desta perda de líquidos  e ocorre então a retração.

Teoricamente esta retração ocorre mais no início da preparação do sabonete de glicerina, porém continua por todo o tempo.

Assim, é fácil percebermos que sabonetes próximos de 6 meses de preparo podem ficar até tortos de tanto que retraíram. Lembrando que, com 6 meses de qualquer forma já teríamos que retira-lo de linha por conta do vencimento.

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sabonete de glicerina

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O que posso fazer para evitar a retração do sabonete de glicerina?

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Não há muito o que fazer, pois a retração é um processo natural, mas podemos amenizar a situação, como um todo, em nossa saboaria, tais como:

– Produzir constantemente para termos saída e consumo rápido é muito melhor do que fazer muitos sabonetes para deixar estocado por um longo tempo;

– Evitar deixar os sabonetes em lugares quentes, pois quanto mais calor mais fácil ocorre o processo de volatilização da água e do álcool e até mesmo da essência. Evite principalmente o sol direto;

– Utilizar embalagens mais impermeáveis. Preferir o celofane impermeável ao  filme plástico que é mais permeável.

Igualmente, é importante destacar que o peso do sabonete glicerinado vai diminuir ao longo de sua vida útil (6 meses). Afinal, ele está perdendo parte dos seus compostos.

Desta forma, é importante que considere esta perda, na fase de corte das fatias da barra.

Mas, quanto em peso o sabonete vai perder?

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Um sabonete glicerinado pode perder até 10% do seu peso, dependendo obviamente da marca da base e as quantidades de água e álcool contidas nela.

Todavia, não é somente a marca da base que influencia e sim as condições de temperatura, tempo  e tipo de embalagem.

Enfim, para não correr riscos com o peso prometido, por exemplo, de 100 gramas por sabonete, considere a retração.

Sugiro o preparo de barras de 1.100 gramas, o que dará sabonetes em media com 110 g  (10 fatias) e caso tenha até 10% de retração, mesmo assim não fugirá ao prometido de 100 gramas.

Em suma, não temos como fugir 100% da retração, mas temos como garantir, ao menos, o peso indicado em nosso rótulo.

Sucesso!!

Prof. Nilbo Nogueira

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sabonete glicerinado

Por que o sabonete glicerinado gasta mais rápido do que o industrializado?

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Isto é inegável, o sabonete glicerinado gasta mais rápido que o industrializado.

Mas, o que temos que justificar para nossos clientes e como orientá-los no uso?

Realmente o sabonete industrializado demora mais para gastar por ser formado por uma massa de produtos sintéticos e animais (sem hidratantes). Esta massa, composta as vezes, por sebo de vaca, sem glicerina pois, ela é retirada para ser vendida para a industria cosmética.

Além de conter aditivos que os mantém  mais duros e mais duráveis, porém sem hidratar e umectar a pele. 

Na realidade ele é mais um detergente do que propriamente um sabonete.

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Em contrapartida, o sabonete glicerinado possui alto índice de glicerina que é um excelente umectante natural e mais alguns extratos fitoglicerinados que podem dar propriedades hidratantes, tonificantes, antioxidante, secante, cicatrizante, etc.

Este conjunto de aditivos deixam o sabonete mais macio/mole o que faz com que ele gaste mais rapidamente.

Como orientar o cliente para que os sabonetes glicerinados durem mais?

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Primeira coisa a orientar é que ele corte o sabonete ao meio e deixe em uso apenas metade dele.

Importante avisá-los que  a glicerina vai “atrair” toda água, a qual vai ajudar a derreter o sabonete mais rapidamente.

Portanto, manter o sabonete dentro de uma saboneteira é o ideal.

Ficar esfregando o sabonete repetidamente debaixo do chuveiro, com água corrente passando por ele também é algo que faz com que ele gaste rapidamente, principalmente nos corpos masculinos (por causa dos pelos). 

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Utilizar, por exemplo, uma bucha ou esponja e depois esta no corpo é a melhor forma de economizar o seu sabonete glicerinado. Além de promover uma massagem propícia para melhorar a circulação.

Passado o sabonete em todo corpo, esfregue as mãos nas áreas espumadas e deixe ela agir por um tempo. Assim, a glicerina e os extratos fitoglicerinados poderão agir sobre a pele.

Pequenas mudanças para ter os ganhos de usar um sabonete mais umectante e hidratante, diferente dos sabonetes industrializados que fazem apenas espuma e nos faz acreditar que nossa pele ficou limpa e hidratada, mas que se assim fosse, não precisaríamos utilizar um creme hidratante após o banho. 

Portanto, para mudar os cuidados com a pele e com o corpo é preciso também mudar a consciência.

Assim, é preciso se conscientizar da necessidade de mudar o hábito e a forma de se lavar.

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Prof. Nilbo Nogueira

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emoliente umectante hidratante

Sabonete glicerinado: emoliente, umectante ou hidratante?

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Em primeiro lugar, vamos diferenciar emoliente, umectante e hidratante.

Emoliente se refere  às substâncias cujo objetivo é suavizar, amaciar e deixar a pele mais flexível.

Já que, com o tempo e com os “ataques”  externos há uma tendência  de a pele ficar ressecada.

No caso os emolientes na saboaria (M&P) seria especificamente os óleos e as manteigas.

Umectante são as substâncias que protegem a pele de perder umidade/água para o meio (atmosfera/ar).

Na saboaria o melhor exemplo é a glicerina.

Por ser higroscópica (absorve água) ela “recolhe” a água do banho para formar um filme, que retém a água na superfície da pele, na camada córnea (a mais externa). 

Repare que se você mexer com glicerina ou picar base glicerinada sem luva, sua mão ficará com sensação de seca.

A glicerina absorve a água, inclusive da sua própria pele. No banho como existe água ela retém a água do chuveiro e leva para superfície da sua pele, na forma de um filme.

Os óleos (vegetais) também podem agir como umectantes ao criar um filme sobre a pele.

Hidratante são as substâncias que diferentemente dos umectantes e emolientes, conseguem penetrar para além da camada superficial da pele.

Na cosmética, a uréia é uma das substância que cumpre este papel, porém é uma substância não utilizada na saboaria.

Buscamos na saboaria usar alguns dos extratos glicerinados que possam tentar cumprir este papel de hidratantes, tais como o aloe vera, aveia, pepino, etc.

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Então o sabonete glicerinado é emoliente, umectante ou hidratante?

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Certamente ele é umectante por conta da glicerina que já existe na base glicerinada.

Porém, pode ser emoliente e hidratante se assim desejarmos.

Desde que planejarmos quais aditivos entrarão na formulação do produto final.

Como podem perceber, sabonete não é uma mera receita que você pega na internet e refaz sem saber o que e para que está fazendo. 

Sabonete precisa de formulação que atenda necessidades específicas de um cliente, de uma pele ou de uma linha de produtos.

Porém, só faremos isto se estudamos bem a função de cada um dos ativos que adicionaremos em nosso sabonete.

Tentei nestas poucas linhas não utilizar conceitos técnicos e sim bem básicos para facilitar o entendimento e diferenciação dos três termos/conceitos.

No entanto, o objetivo maior foi alertar sobre a necessidade de aprender a formular um sabonete.

Isto é importante para atender objetivos, que vão além  do ato de limpar.

Prof. Nilbo Nogueira

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sabonete

Sabonete não se faz com sabonete.

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Embora pareça óbvio par a maioria dos saboeiros, para quem está iniciando na arte de fazer sabonete, ainda cai no golpe dos vídeos e receitas do Youtube.

Dezenas de vídeos criminosos circulam no YouTube  querendo ensinar a fazer sabonete SEM SODA.

Para fazer o sabonete mágico, as “vovós espertas e as titias safadas” indicam ralar um sabonete Dove e misturar com água. 

É a multiplicação do Dove!!

Se você já tem um sabonete qual o sentido de derreter ele para fazer outro? Se você pega um Dove e divide (dilui) ele em 4, dividirá suas propriedades (que já são poucas) de hidratação, umectação, etc. também por 4 e terá uma “sopa rala”.

Pior é quando a indicação é ralar sabão Ypê para fazer base ou sabão sem soda.

Primeiro que Ypê foi feito para lavar pano de chão e não passar na pele das pessoas. Você passaria Ypê na pele do seu filho?

Ralar e colocar água SEM SODA, MAS O SABAO YPÊ FOI FEITO COM SODA, não existe sabão sem soda, pois ela é necessária para fazer a reação de saponificação de onde surge o sabão. Não existe perigo, pois a soda será totalmente consumida na reação e no final não haverá mais soda.

Assim como, a base glicerinada que utilizamos também FOI feita com soda, a qual reagiu e foi 100% consumida (não existe mais). 

Então o tal vídeo criminoso já começou mentido ao dizer que não vai soda. Não vai, pois já foi!!

Portanto a base glicerinada NAO TEM SODA, diferente de dizer que NAO VAI SODA, isto é apenas jogo de palavras de pessoas que querem enganar quem está iniciando na saboaria.

Então, saboeiros experientes e saboeiros iniciantes, quando verem um vídeo deste tipo do Youtube, dê um deslike, pois estas pessoas querem fazer qualquer tipo de vídeos, mesmo enganando pessoas, para monetizar seus canais e ganharem com isso. 

Então vamos dar deslike para ajudar o canal a não crescer e continuar ensinando atos criminosos.

Resumo da dica sobre sabonete glicerinado

Resumindo a dica de hoje. Não existe sabonete  e bases glicerinadas (que são sabões também) que não usaram soda na sua formulação, ela desapareceu e não existe mais.

Segundo ponto, não tem lógica ralar sabão para fazer sabão, nem mesmo os sabonetes líquido que vão ficar melecados e babentos, pois os sabonetes líquidos não são feitos com soda (NaOH) e sim com potassa (KOH) exatamente para não criar esta baba.

Na duvida, pergunte nos grupos, peça ajuda a um saboeiro experiente, mas não faça absurdos na preparação de sabonetes que vão ser utilizados na pele de outras pessoas.

Cuidado, atenção e responsabilidade.

Prof. Nilbo Nogueira

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Sabonete não é coxinha

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Por conta da pandemia muitas pessoas tiveram que buscar seu sustento de formas alternativas e a saboaria foi uma desta escolhas. Perfeitamente louvável querer aprender e produzir sabonetes artesanais para sobreviver em meio a crise que vivemos.

Em paralelo, percebemos os grupos de saboaria do Facebook crescendo exponencialmente, o que também é louvável, pois as pessoas precisam aprender e os grupos parecem ser o local ideal.

O que me motivou a escrever esta matéria foi ver centenas de comentários nas postagens do tipo:

  • MANDA A RECEITA;
  • DA A RECEITA AI!!
  • RECEITA??

primeiro incomodo que me vem é que raramente existe um “ Por favor”, “Por gentileza”, “Grato”, etc.

Que fique bem claro que ninguém é obrigado a “MANDAR A RECEITA”, principalmente se não houver o mínimo de polidez.

Ah!! Mas é por causa da pandemia!!! Discordo, pois “por favor e obrigado” são palavrinhas que aprendemos no berço, bem antes da pandemia.

segundo incomodo e talvez o mais complexo é que sabonete não é coxinha, ou seja, não tem receita e sim fórmula.

Quando estudamos as necessidades de um cliente, fazemos uma análise do que sua pele tem e o que ela precisa e depois vamos buscar os componentes que possam ajudar alcançar os objetivos desejados. Ou, mesmo se for um sabonete de linha também temos que pensar nos objetivos e nas relações com os componentes.

Neste estudo precisamos saber quais os melhores óleos a serem utilizados e no caso de bases glicerinadas, precisamos saber quais os melhores extratos fitoglicerinados utilizaremos, o que cada um colaborará na formulação, as quantidades necessárias, as possibilidades de se fazer um blend de fitoglicerinados, se será utilizado um surfactante ou não e no caso positivo qual e quanto. 

Dependendo dos objetivos, podemos utilizar argilas, manteigas, óleos extras (a fórmula original já contém alguns), dependendo do problema da pele podemos optar por colocar ou não essências, etc.

Feito todos os estudos, agora é o momento de fazer o sabonete com a formulação planejada, e colocar em teste. Para quem você vai dar os sabonetes, quais parentes e amigos possuem os problemas na pele conforme o objetivo traçado na formulação?

Esperar estas pessoas testarem, te dar o feedback e dependendo do que for falado você terá que tentar novamente com outras quantidades ou outra formulação e repetir tudo novamente.

Estudamos, gastamos tempo e dinheiro em material. Sabemos o que e para que estamos fazendo esta formulação.

Perceberam que não é uma RECEITA e sim um processo?

Diferente da coxinha, no sabonete temos reagentes químicos, temos controle de pH, temos ervas que podem criar culturas de bactérias, temos substâncias que podem causar alergia, temos o cuidado com a água que pode criar um meio propício de cultura e tudo precisa ser feito com responsabilidade, pois o sabonete que fizemos será utilizado na pele de pessoas!!

A coxinha, se te derem a receita você faz exatamente igual e não terá problemas, mas o sabonete se te derem a “receita” você só saberá fazer aquele e não conseguirá pensar e planejar outro para outros fins. Assim você vai sempre depender do favor de que te dêem novas “receitas”, as quais  você reproduzirá sem saber por qual motivo está fazendo aquilo.

Então não nos negamos a dar a “receita” por sermos egoístas, muito pelo contrario, queremos que sem a receita você busque informações na Internet (não fórmulas prontas – o Google tem milhares de informações), assistam vídeos no Youtube, anotem tudo, pesquisem para que serve cada tipo de extrato fitoglicerinado, cada tipo de argila, cada tipo de manteiga e depois entrem nos grupos de Facebook e pergunte: 

Tenho uma dúvida sobre X, alguém poderia, POR FAVOR, me ajudar?

Vai perceber que dezenas e dezenas de pessoas vão querer ajudar, dar idéias, sugestões, opiniões de tal sorte que você junte tudo com aquilo que você já leu e estudou e chegue à suas próprias conclusões para montar (entendendo) a sua FÓRMULA do sabonete, com objetivos específicos.

Entenda que os grupos de Facebook são locais de troca de experiências e você será muito mais aceita(o) quando levar certezas e questionar duvidas.

Vai perceber o quanto isto é libertador e que a saboaria passou a ser o seu foco principal e não apenas uma tentativa de ganhar uma graninha extra em época de pandemia.

Tente e acredite que as pessoas não são egoístas e não estão te negando “receita” de sabonete, pois assim como os pais, precisamos as vezes tomar atitudes mais ásperas para educar e ver a pessoa crescendo. 

Da mesma forma, as pessoas que não se negam a mandar a “receita”, não estão ajudando em nada, pois aqui vale o velho e bom ditado: Não dê o peixe, mas ensine a pescar. 

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Sabonetes Funcionais

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Como o próprio nome já sugere, significa que ele deve ter alguma função.

E quais seriam estas funções?

Pode ser deste um sabonete com formato de massageador e, neste caso, esta seria sua função: massagear, até funções mais complexas como auxiliares em determinados tratamentos dermatológicos.

O mais importante é nunca esquecer a função primária e principal do sabonete que é LIMPAR, as demais possíveis funções são coadjuvantes.

E os sabonetes fitoterápicos?

Se acordo com a ANVISA (2004), fitoterápico é: “todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com benefício para o usuário”.

Principalmente por ser artesanal, não reconhecido e aprovado pela ANVISA, não podemos prometer curar.

Desta forma, precisamos tomar cuidado ao chamá-los de fitoterápicos, pois pode induzir ao entendimento de “curativo”, quando na verdade ele pode ser um auxiliar a um tratamento medicinal (fitoterápico).

E os extratos fitoglicerinados?

São aditivos extraídos, por exemplo por maceração, dos fitos (ervas, raízes, flores, etc.) que entram na composição do sabonete para AUXILIAR (lembre-se: não prometa cura, pois sabonete não é remédio) em determinados tratamentos ou funções, tais como hidratar, umectar, criar efeito tensor, retirar a oleosidade, etc.

Portanto, nosso sabonete pode possuir os ativos vindos dos fitos, podem causar benefícios para a pele durante o processo de limpeza, mas nem por isso necessariamente podemos prometer a cura de problemas dermatológicos.

Exemplo típico é o barbatimão, que em tese possui propriedades anti-inflamatórias e antimicrobiana e popularmente é bastante utilizado para saúde da mulher, combatendo inflamações do útero e redução do corrimento vaginal.

Sua utilização pode ser feita por meio de um chá para beber ou fazer banho de assento.

Na carona de sua função “fitoterápica” existem pessoas que fazem sabonetes (saponificados) intitulados como “íntimos” prometendo a cura ou melhora do corrimento vaginal. O problema é que enquanto banho de assento o barbatimão pode ter seu efeito, mas ao colocá-lo em um sabonete alcalino, cujo pH fica na faixa mais provável de 9 a 10 não se adéqua ao pH da vagina que fica na faixa de 3,8 a 4,5, ou seja ácido e tem motivos para ser assim.

Então, o problema não está no barbatimão, mas sim na funcionalidade dada ao sabonete intimo de barbatimão.

Vamos encontrar dezenas de pessoas que dizem que suas clientes amam o sabonete de barbatimão que fazem, não duvido que amem mesmo, pois não possuem um olhar microscópico para saber o que está acontecendo na mucosa, quando tentam alterar o pH da vagina que é ácido por natureza, e se assim foi concebido, tem sua função. Pergunte para seu ginecologista!!

E as funções energéticas?

Estas são funções etéreas das quais não podemos comprovar cientificamente se acontecem ou não, da mesma forma que não causará prejuízo à saúde se o sabonete que era para tirar mal olhado não cumprir esta função. 

Não são promessas curativas (saúde física) e sim de bem estar psicológico e espiritual.

Quem acredita compra e psicologicamente pode conseguir efeitos positivos, quem não acredita não compra e pronto.

Neste caso estamos tratando mais de crenças e efeitos etéreos do que medicina e efeitos de cura, mas de qualquer forma lembre-se que sabonete serve para limpar e até nestes casos, cuidado com as promessas exageradas.

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Quanto usar de ativos nos sabonetes?

Tenho percebido uma pergunta recorrente nos grupos de saboaria que é:

“Meu sabonete ficou mole, ele não endurece, ficou borrachudo. O que fiz de errado?”

Creio que foi criado uma cultura de adição exagerada de ativos (ou aditivos) nos sabonetes para melhorá-lo.

Aqui temos que questionar: Qual a diferença entre adicionar 30ml ou 90 ml do extrato X, se nem sabemos a concentração dele (concentração do que??) e qual é exatamente o ativo químico/fitoterápico existente nestes volumes?

A cultura criada é de que quanto mais colocar melhor fica. É bom lembrar que a diferença  possível entre um remédio e o veneno é a quantidade.

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Vendedores de insumos induzem seus seguidores de que é preciso colocar muito, mas muito ativos para que o sabonete fique bom e aqui vale salientar de que, se o sabão (ou a base glicerinada) foi bem formulada e bem balanceada, com óleos de excelência, teoricamente não precisaríamos adicionar mais nada nele.

Fico sempre imaginando que se escolhemos os melhores óleos para determinados fins, já vamos ter um sabão/base que sozinha já atenderá nossos objetivos, podendo eventualmente ser adicionado um pouco (disse um pouco) de ativos para potencializar algumas das propriedades desejadas.

Parece óbvio que se tiver que colocar 150 ml de uma essência, significa que ela não é boa, pois com apenas 50 ml ela já deveria cumprir o seu papel, a não ser que a base tenha tanto cheiro ruim (as vezes de sebo animal) que é preciso colocar exageradamente a essência para cobrir este odor e não para perfumar o sabonete.

Da mesma forma fico imaginando que se preciso colocar um exagero de surfactante (leia-se lauril) é pelo simples fato de que meu sabão (ou base glicerinada) não está fazendo espuma suficiente, ou seja, não foi formulada adequadamente, pois o sabão naturalmente já faz espuma. 

No máximo poderíamos colocar um pouco de um surfactante mais suave, que não agrida a pele e olhos como, por exemplo, o anfótero, mas isso seria mais no caso de uma base glicerinada, que por conter álcool diminui a espumaçao, diferentemente de um sabão natural que nem de um surfactante secundário precisaria.

Fico assustado quando vejo a “receita” (sabonete não é bolo, portanto não tem receita e sim fórmula) que indica colocar 90 ml de um extrato vegetal. Por qual motivo 90 ml e não 30ml? Como e quem sabe informar a concentração da substância “X” existente neste extrato, contida em 90 ml e não em apenas 30 ml? Inclusive, alguém sabe dizer qual é esta substância “X” que existe neste extrato?

As “receitas” da Internet caminham cada vez mais para o exagero descabido de adição de ativos nos sabonetes, a ponto de que eles fiquem moles, borrachudos, não endureçam e daqui mais um tempo, se continuarem aumentando as quantidades de ativos, os sabonetes vão ser líquidos!!

Então se você precisar colocar 100 ml de essência em seu sabonete, meu conselho é: troque de essência, pois esta não é boa e não está cumprindo seu papel de aromatizar o sabonete. Excessos de essência podem agredir e irritar a pele.

Da mesma forma devemos evitar este exagero na adição de extratos, surfactante (a exemplo do lauril) , manteigas e também de óleos, pois o sabão já foi elaborado com eles.

Portanto, não sou contra adição de ativos (essências, extratos, manteigas, etc.) no caso de sabonetes preparados por Hot Process. Da mesma forma, não tenho nada contra usar aditivos nas bases glicerinadas (extratos, essência, surfactantes, manteigas, etc.) pois, por não sabermos a composição (no caso de bases industriais) precisamos fazer complementações, desde que não sejam exageradas ou que atrapalhem a consistência do sabonete final.

Lembre-se que exageros de aditivos terá um efeito além de deixar seu sabonete mole e borrachudo que é fazer com que seu cliente tome banho usando aditivos misturados ao sabonete e não sabonete que contenha aditivos funcionais.

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Seu sabonete soa ou sua? Por qual motivo?

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Soar certamente ele nunca soou, pois não é sino.

Ah! Mas, então ele sua?

Também não, pois sabonete não sua!!

Na realidade os sabonetes possuem a glicerina (glicerol ou propanotriol) que é bastante higroscópica, ou seja, absorve a umidade (do ar – clima, banheiro úmido, etc.).

Os sabonetes com maiores índices de glicerinas (os glicerinados, feitos com bases compradas ou preparadas artesanalmente) são os mais propensos de absorver maior quantidade de água e ficar com o aspecto de “suado”, pois além da glicerina ainda possuem o açúcar que também é higroscópico.

Quanto maior a porcentagem de glicerina e açúcar no sabonete, maior a probabilidade de ele absorver água e ficar com aspecto de “suado”, SE HOUVER UMIDADE NO AMBIENTE.

Quando utilizamos o sabonete no banho, a glicerina “atrai” a água do chuveiro e facilita o processo de hidratação da pele, por este motivo que dizem que a glicerina é hidratante/umectante e importante na formulação do sabonete.

Porém, a mesma glicerina que pode atuar como hidratante (aumentar o teor de água da pele) e umectante (manter e reter a umidade na pele) no sabonete, se passada pura na pele, por exemplo, vai dar a sensação de ressecamento, pois enquanto substância higroscópica ela vai “absorver” a água, mesmo que esta seja a que temos na pele. Quem pica base glicerinada sem luvas sabe qual é esta sensação.

Entenda definitivamente que seu sabonete NÃO SUA, mas se aparecerem gotículas nele significa que a glicerina está agindo com sua propriedade higroscópica e você não vai perder o sabonete. 

Cuidadosamente, seque-o com um papel toalha e coloque em lugar mais seco (fora do banheiro, por exemplo) ou se for por conta do clima da sua cidade, tente deixar sua barras/sabonetes em lugar bem seco, em um ambiente desumidificado, dentro de uma caixa de isopor, ou em um cômodo da casa que você  possa colocar desumidificadores, lugares ventilados, etc.

Assim que eles estiverem secos, embale-os, pois isto evita o contato com a umidade do ar.

Mas, por qual motivo isto acontece?

Conforme já comentamos acima, isto acontece por causa do processo natural de absorção de umidade, mas existem alguns fatores que auxiliam isto acontecer:

  • bases glicerinadas superaquecidas ou que ferveram;
  • bases que foram derretidas mais de uma vez;
  • colocar o sabonete no congelador por muito tempo para endurecer a barra mais rapidamente;
  • até mesmo excesso de alguns aditivos, em alguns casos, podem facilitar o processo de absorção de umidade.

Estes são alguns cuidados que você pode ter para evitar a formação desagradável das gotículas no sabonete.

Lembre-se de tudo é uma questão de umidade, se a sua cidade estiver com o clima muito úmido (maior umidade do que a do sabonete), a tendência vai ser da glicerina absorver a água, portanto não espere isto acontecer e tome precauções antecipadas, bem como cuidados no derretimento e manuseio das bases glicerinadas.

Sucesso e de hoje em diante esqueça de falar que sabonete sua!

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Sabonete para curar…

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Tenho notado cada dia mais os anúncios de sabonetes “medicinais” que prometem curar X, Y, Z, etc.

Além destes, ainda temos os sabonetes “milagrosos” que eliminam estrias, celulite, queloide, melasma, unha encravada e por aí afora.

É importante que a pessoa que produziu um sabonete destes saiba que  ela precisaria ter formação técnica (farmácia, química, biomedicina, etc.) para depois de anos e anos de estudos em ambiente controlado (laboratório), com pesquisa de uso, resultados e efeitos colaterais, o referido sabonete conseguisse  a aprovação dos órgãos competentes, mediante todos os estudos cientificamente comprobatórios.

Caso você não possua nada disto, então, por favor, não diga que seu sabonete é medicinal e que cura X, Y ou Z.

Seja honesta(o) e lembre-se que basicamente o sabonete é feito para limpar e higienizar. No máximo ele pode ser:

  • Promover um auxílio coadjuvante no tratamento medicinais contra a acne, minimizando a oleosidade da pele;
  • Ajudar a prevenir o ressecamento e escamação da pele por conter extratos vegetais hidratantes;
  • Retirar a oleosidade excessiva do rosto (diferente de dizer que cura a acne por  eliminar a oleosidade);
  • Clareia a pele retirando as sujidades (poluição e maquiagem) dos poros (diferente de dizer que clareia a pele com melasma ou elimina sardas).

Enfim, os sabonetes artesanais (principalmente os naturais e fitoterápicos) podem auxiliar em vários casos, mas ele é um coadjuvante e não o remédio que promove a cura. 

Vender um produto prometendo a cura de algo é enganar o cliente é denegrir o nome da saboaria artesanal.

Então não existe sabonete medicinal?

Sim, existe e são vendidos na farmácia, por orientação medica, e possuem registros e controle dos órgãos competentes de fiscalização que analisaram a “prova” daquilo que ele promete realizar.

Então, você pode até conter uma fórmula milagrosa que retirou do caderninho da vovó, mas não prometa o que não pode ou tem provas para não enganar as pessoas que inocentemente comprarão seus produtos.

Diga que seu sabonete possui extratos ou ativos que:

  • Melhoram a hidratação da pele:
  • Ajudam a minimizar a oleosidade excessiva;
  • Atuam retirando a sujidade;
  • São ricos em agentes anti-oxidantes (diferente de dizer que elimina rugas);
  • Promovem uma espuma envolvente; etc.

Ou seja, relate as funções de um sabonete, que é limpar, acrescido das possibilidades que os ativos (ervas, óleos, manteigas, argilas, etc.) podem auxiliar.

Ter um diferencial em seu produto é algo interessante para vendê-lo, desde que este diferencial seja verdadeiro, honesto e real.

Boas produções e boas vendas conscientes e honestas!

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Sabonetes de duas ou mais camadas. O seu desgruda no banho?

É muito comum as pessoas fazerem suas barras de sabonetes (glicerinados ou cold + camada de glicerinado/cristal) com duas ou mais camadas, o que realmente deixa o sabonete com uma bela aparência.

O grande problema é que logo nos primeiros banhos as camadas se soltam e aquele sabonete com a propriedade X  na primeira camada que era complementar das propriedades Y da segunda camada, viram dois sabonetes de propriedades distintas e não complementares.

Muitas vezes nem era o caso de propriedades, mas sim apenas do design diferenciado que se pretendia com mais de uma camada.

O problema pode ser solucionado com algumas técnicas, como:

  • Coloque a primeira camada, deixe-a esfriar (e endurecer parcialmente) e faça ranhuras com palito de churrasco. Algumas pessoas fazem pequenos furinhos com o palito, mas isso não é suficiente, pois precisamos de ranhuras profundas para conseguir “costurar” bem as duas partes;
  • Adicione a primeira camada na forma, espere formar uma pequena camada de nata (esfriar) e em seguida adicione cuidadosamente a segunda camada, a qual tende a se misturar levemente com a primeira, formando um efeito interessante de mesclagem;
  • Adicione a primeira camada, deixe-a secar bem. Borrife álcool de cereais sobre a superfície e esfregue bem com um pincel duro ou com os dedos (de luva) de tal maneira a formar uma mistura de álcool e sabonete (uma melequinha), a qual agirá como cola entre as duas camadas. Feito isto já adicione a segunda camada que deverá estar com uma temperatura de aproximadamente 52ºC para ajudar no processo de “costura” entre as camadas;
  • Use a técnica da ranhura com o palito de churrasco + a do álcool de cereais. As duas juntas tem maior possibilidade de “costurar/colar” as camadas. Particularmente acho a mais garantida.

De qualquer forma, para qualquer técnica que escolha utilizar, lembre-se de esperar no mínimo 24 horas para que sequem e colem bem antes de cortar. O corte realizado antes de no mínimo este Período pode comprometer o processo.

Espero que consigam bons resultados na “costura/colagem” de camadas e que estas façam desenhos interessantes aos seus sabonetes.

Sucesso!!

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Sabonete de chuchu com sardinha.

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Tenho visto várias publicações, nas redes sociais, de sabonetes com diferentes ingredientes.

Mas, quero aqui questionar a importante e a função que um sabonete pode ter e o que ele pode propiciar para a pele.

Percebo que muitas pessoas estão colocando de tudo dentro do sabonete, algumas coisas podem ser bem interessantes, outras com funções especificas, outras inertes e sem função alguma e aquelas que podem ser arriscadas. Portanto, NÃO SOU CONTRA adicionar “coisas” no sabonete, mas questiono apenas que saibamos os motivos desta adição.

Aqui, neste texto, vou tratar metaforicamente todas as substâncias adicionadas no sabonete como sendo o “chuchu”. 

Claro que podemos sim aproveitar as vitaminas, ou o poder de hidratação do “chuchu”, desde que saibamos realmente quais são seus efeitos sobre a pele.

Na linha do “quero usar só insumos naturais” podemos correr alguns riscos, tais como usar uma planta que provoque alergia, uma fruta ou legume que oxide e produza substâncias (bactérias??) nocivas para a pele, uma erva que pode ser excelente para cólica renais, mas que na pele é totalmente inerte, etc.

Muitas vezes fugimos de colocar sintéticos no sabonete, mas colocamos “chuchu” que pode decompor e produzir várias substâncias, que teoricamente são “naturais”, mas nem por isso são benéficas para a pele. Ou seja, nem todo sintético é ruim e nem todo natural é bom.

Não sou contra o uso de produtos naturais, muito pelo contrario, mas sempre tento responder a pergunta: Para que vou colocar isto no meu sabonete?

Caso a resposta não seja precisa, prefiro não arriscar e não colocar o “chuchu com sardinha”.

Outras questões que devem ser pensadas e analisadas são: 

  • Quanto tempo o “chuchu” vai durar dentro do meu sabonete sem oxidar ou decompor?
  • Caso o “chuchu” decomponha ele vai produzir alguma substância química (ou bactéria??) que possa prejudicar a pele?
  • Posso usar algum antioxidante ou conservante para que o “chuchu” dure por mais tempo? Qual o prazo de validade do meu sabonete quando eu coloco o “chuchu”?

Ah! Mas milenarmente o “chuchu” é usado no sabonete e não provocou nenhuma reação nas pessoas, sem contar que ele deixa a pele muito mais macia.  Perfeito, então você tem as respostas que questiono acima, conhece a função, sabe o motivo de usar e tem certeza que não traz nenhum problema cutâneo, então continue usando o seu “chuchu”, sem nenhum problema.

Portanto, o problema não é usar ou não o “chuchu” e sim saber os motivos de usá-lo.

O problema não é ser “natureba” e sim com o que você quer ser “natureba”.

Enfim, este pequeno e breve texto tem apenas um objetivo, que é fazer você refletir sobre o “chuchu” que está colocando em seu sabonete, de tal forma que você se questione sobre qual a sua função, qual os possíveis danos se ele decompor e/ou se oxidar e qual a validade que seu sabonete terá quando você adicionar “chuchu com sardinha”.

Respondida todas estas questões satisfatoriamente, perfeito……continue colocando “chuchu” em seu sabonete sem nenhum problema e sucesso nas vendas dele.

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Ervas nos sabonetes. Colocar ou não?

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A primeira pergunta a fazer é: Por qual motivo queremos a erva no sabonete, para enfeitar ou para compor um efeito fitoterápico? 

Caso seja propiciar um efeito fitoterápico, saiba que ervas na parte superior do sabonete sairão na primeira esfregada e não vão produzir praticamente nenhum efeito desejado.

Outra opção seria colocar as ervas na massa do sabonete, de tal maneira que elas ficassem incorporadas a ele.

Neste caso temos que considerar alguns pontos, tais como:

  • A erva soltará seus ativos no sabonete de tal maneira que eles produzam algum efeito na pele? 
  • Haverá solvente suficiente e em condições adequadas para que ocorra a maceração da erva e a respectiva extração dos ativos?
  • O aspecto visual da erva, depois de um tempo, no meio do sabonete será interessante? Pois, raras são as ervas, como a calêndula, que não “mancham” a massa do sabonete, algumas ficando inclusive com aspecto de embolorado, ou no caso da alfazema com aparência de “cocô de rato”.

Uma coisa é certa, se quisermos aproveitar os efeitos “fitoterápicos” propiciados por uma erva, o mais adequado é que usemos o seu extrato, tintura, oleato, chá, etc., pois nestes casos temos solventes e condições mais adequadas de solubilizar (extrair) as propriedades da erva em um meio liquido.

Importante destacar que colher a erva fresca, triturar, e colocar no meio da massa do sabonete (para não termos pedaços grandes) é quase certo que ela irá embolorar por conta da sua umidade (água existente na planta), bem como também não é aconselhado a elaboração de extratos e oleatos com ervas não desidratadas, pelo mesmo motivo, ou seja, meio propício à formação de bolor.

Quer preparar um extrato ou oleato? OK, utilize apenas ervas muito bem desidratadas.

A outra situação seria utilizarmos as ervas apenas como enfeite e neste caso, temos também que tomar algumas precauções. A citação a seguir se refere ao uso da flor de camomila e é um texto retirado da apostila do curso: Formulação, preparação e design de sabonetes glicerinados – de autoria de Nilbo Nogueira.

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Tome muito cuidado em separar a camomila, retirando todos os cabos, pois eles podem arranhar e até machucar a pele, pois são duros. Este alerta serve para qualquer outro sabonete que queira utilizar ervas, tome sempre muito cuidado com o cabo, o tipo de folha ou flor. 

Muitas vezes achamos que por ser uma erva, que por estar seca e quebradiça não terá problemas em ser colocada no sabonete, mas uma simples folhinha de alecrim pode fazer um estrago na pele. 

Nem tudo pode ou deve ser utilizado para enfeitar, pois as funções já estão nos extratos. Já vi pessoas colocando cravos dentro do sabonete e quando questionei se não machucava, ela respondeu que era para fazer esfoliação, quando na realidade este deve ser um sabonete que faz “esfolação” na pele.

As fotos a seguir demonstram o cuidado em separar cabos e flores, no caso da camomila.

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Então, ervas, flores, raízes podem ser excelentes aliados na formulação dos sabonetes, desde que tenhamos bom senso em seu uso e não tentemos fugir do clássico e o comprovado, que é o uso dos aditivos extraídos da planta, os quais se encontram nas formas de extratos (preferencialmente glicerinado), tinturas,  oleatos ou outras técnicas de extração.

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Lauril, é realmente um inimigo oculto?

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O lauril  sulfato de sódio (LSS) é surfactante/tensoativo utilizado em vários cosméticos (shampoo, pasta de dente, sabonetes, etc.) e produtos de limpeza (sabões e lava louça).

Possui a propriedade detergente que remove gorduras e óleos da superfícies em questão (pele ou área a ser limpada), bem como a propriedade considerada a mais importante que é a espumógena.

E, é exatamente por produzir bastante espuma, que dá a falsa sensação de estar limpando, quando na realidade não é ele o agente, do produto em questão, que produz a limpeza em si.

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Mas por qual motivo ele é tão combatido?

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Existe a especulação que ele é cancerígeno, porém não há nenhuma comprovação científica (reconhecida pela ANVISA) que realmente isso seja verdade.

Em contrapartida, estudos demonstram que ele pode provocar alergia e irritações na pele de algumas pessoas, considerando os fatores: frequência, local de aplicação e principalmente as altas concentrações. Tais estudos consideram altas concentrações os valores acima de 5%.

Pesquisas comprovam que cabelos mergulhados em LSS 5% perdem proteínas do fio, quando comparados na imersão em água.

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Então um surfactante é sempre ruim?

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Nem sempre, pois os sabonetes naturais, feitos pelos métodos Cold e Hot também englobam a moléculas de gordura e sujeiras e as levam embora, o que tecnicamente é o que um surfactante faz, com a diferença da forma e do reagente que realiza este processo.

Enquanto um é sintético e agressivo (LSS)  dependendo da concentração, o outro (sabonete) é natural e produz uma ação umectante e hidratante proporcionada pela glicerina, pelos óleos utilizados e aqueles que são adicionados a mais no processo de saponificação (superfat).

Desta forma, podemos entender o motivo que os sabonetes naturais não precisam de lauril e mesmo assim produzem muita espuma, pois em si já agem (pelo menos tecnicamente) como surfactantes.

Na preparação dos  sabonetes glicerinados, feitos com bases industrializadas, estas são compostas por vários produtos e dependendo da sua formulação “precisam” da adição do surfactante, no caso o lauril, para promover a espuma.

O que NÃO significa que sabonetes glicerinados (feitos por Melt and Pour) são piores ou melhores que os naturais, mas que por exigência dos consumidores que querem ESPUMA, acabam tendo o lauril acrescido em sua formulação.

Usar ou não usar o Lauril?

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Obviamente temos que entender os prós e contras  para decidirmos se usaremos em nossos produtos ou em nosso próprio corpo.

Leve em consideração que o LSS pode provocar alergia, mas lembre-se que estudos químicos comprovam que isso ocorre quando utilizado com frequência, em um mesmo local e em concentrações acima de 5%.

Leve em consideração que ele pode ser cancerígeno, mas lembre-se que não existe estudos que comprove esta tese.

Leve em consideração que toda esta espuma pode causar problemas ambientais, mas lembre-se que o lixo que você produz também causa sérios problemas ao meio ambiente.

Caso você produza e venda sabonetes, leve em consideração que se eles não fizerem espuma não serão aceitos pelos clientes, mas lembre-se que eles não precisam se afogar em tanta espuma formada por conta do volume de LSS que você utiliza em sua formulação.

Caso seja apenas um consumidor, opte pelos produtos que possuem a menor concentração de lauril, o qual pode aparecer nos rótulos também com alguns dos seguintes nomes: lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfonato de sódio, sodium lauryl sulfate, sodium lauryl ether sulfate e sodium laureth sulfate.

Quanto a concentração, saiba que os componentes que aparecem primeiro, no rótulo de segurança, são os de maiores quantidades e os que aparecem no final, são os de menores quantidades. Então, veja em que ordem está o Lauril na etiqueta para saber se existem uma alta ou baixa concentração dele no produto.

Importante saber também que existem outras opções, ou seja, existe o Lauril vegetal que é natural, menos agressivos, porém com menor poder espumógeno.

Mas, fuja das opções de Lauril caseiro apresentadas no Youtube que ensinam usar detergente de cozinha ou shampoo para fazer espuma, mas saiba que estes dois produtos fazem espuma por conterem o Lauril.

Enfim, leia mais, estude mais e faça suas opções, sem extremismo. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, lembre-se que a diferença entre o remédio e o veneno é a quantidade.

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Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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Bibliografia:

Horita et al. “Effects of different base agents on prediction of skin irritation by sodium lauryl sulfate using patch testing and repeated application test”.

Wagner, Rita de Cássia Comis. “Degradação do cabelo decorrente do tratamento contínuo com lauril sulfato de sódio e silicone”. Dissertação (mestrado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas/Instituto de Química, 2003.

Óleos essenciais versus essências sintéticas nos produtos de enxágue.

Pretendemos nesta pequena matéria indicar prós e contras do uso tanto dos óleos essenciais como das essências sintéticas na aromatização dos sabonetes. Sem defender nenhuma das linhas, faremos apenas o papel de “advogado do diabo” com o objetivo de provocar reflexões e um posicionamento consciente, que cada um terá o direito de ter.

No caso dos óleos essenciais vamos encontrar duas linhas, sendo uma delas os que são favoráveis ao seu uso nos sabonetes (ou produtos de enxágue), pois seu aroma, bem como seu contato com a pele pode trazer vários benefícios terapêuticos (físico, psicológico, emocional, espiritual, etc.).

No outra lado vamos encontrar aqueles que colocam o problema da extração, onde toneladas de uma planta são necessárias para produzir alguns poucos mililitros de óleo essencial.

Seguindo esta linha de raciocínio, muitas áreas verdes podem estar sendo desmatadas para o cultivo de determinadas plantas, as quais serão extraídas os óleos essenciais. Teríamos então uma questão ambiental a ser considerada.

Para estas mesmas pessoas que são contra o uso de óleos essenciais nos sabonetes (ou produtos de enxágue) há a alegação de que ele ficará apenas alguns poucos segundos na pele, que pode não ser suficiente para acarretar nenhuma ação terapêutica efetiva.

Já os defensores vão dizer que mesmo ficando pouco tempo na pele, seu aroma pode ser absorvido e produzir efeitos terapêuticos. Para a mesma questão, os que são contra vão dizer que se o aroma faz efeito, então não precisa usar o sabonete e sim apenas cheirá-lo.

No meio desta polemica discussão entre prós e contras, vamos encontrar um grande grupo que não quer discutir (ou não tem argumento para tal) e utiliza o óleo essencial apenas enquanto aromatizador do sabonete, como uma “essência” que pode ser chamada de natural.

Para estes usuárias de óleo essencial enquanto “essências naturais”, vamos ver os dois grupos anteriores (os prós e os contras) se unindo para alertar sobre os possíveis efeitos que esses “aromas naturais” podem acarretar nas grávidas, nas crianças, em hipertensos, nos autistas, etc.

Portanto, prós ou contras, uma coisa eles concordam, que para seu uso é preciso conhecer, ter formação em aromaterapia para poder utilizar estes óleos, não apenas como “essências”, mas sabendo dos seus possíveis efeitos físicos, psicológicos, emocionais, etc.

Não basta apenas querer utilizar o óleo essencial para ser politicamente correto e produzir um sabonete NATURAL, onde até o “natural” é questionável, pois na sua composição existe uma água que foi tratada (tem cloro, flúor e outros minerais não necessariamente naturais), foi utilizada uma soda cáustica 97% (onde existem 3% de impurezas não naturais), onde utilizamos os óleos vegetais muitas vezes sem laudo e que não temos garantia de que são 100% puros (as impurezas são do que?), assim como os corantes (óxidos) e as argilas também podem ter impurezas.

Então devemos ou não utilizar os óleos essenciais nos sabonetes?

Depende de seus objetivos, pois se for para aromatizar e você não conhecer os efeitos, está correndo um risco, mas se for para ser terapêutico, cada fatia de sua barra precisará ter um tipo de óleo para atender as necessidades físicas, emocionais e psicológicas específicas de cada um dos seus clientes, pois o mesmo óleo essencial não servirá para os diferentes problemas.

E assim, caímos novamente no óleo essencial enquanto essência natural, para quem não conhece aromaterapia e quer dar apenas um cheirinho gostoso em seu sabonete.

No outro extremo vamos encontrar as essências, sintéticas, com ou sem ftalatos, que podem  (ou não) causar alergias.

Alguns vão dizer que, com essas essências sintéticas não produziremos nenhum efeito terapêutico e outros vão aplaudir e dizer que isto é ótimo, pois sabonete não é remédio, e se assim fosse faríamos um chá  com ele e sararíamos mais rapidamente.

Ah, mas não é natural!!

Verdade, não é natural, assim como os remédios que tomamos, os alimentos com agrotóxicos que consumimos, o refrigerante que bebemos, as comidas com corantes artificiais, a pizza à portuguesa com ervilhas, presunto e queijo lotados de conservantes artificiais, etc.

Não é natural, mas com certeza muito mais natural do que o Lux, o Dove e outros.

Enfim, essências sintéticas não são naturais e podem ser prejudiciais à saúde, tal qual um óleo essencial (usado incorretamente) também pode ser prejudicial à saúde de alguns.

O importante, mais do que sair brigando, xingando e tomando partido é ler, estudar, entender e ai sim tomar uma posição de como você vai (ou não) aromatizar seu sabonete. 

Essência ou óleo essencial? Saiba defender com argumentações coerentes e conceituais e decida o que vai adicionar em seu sabonete.

Prof. Dr. Nilbo Nogueira


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